Batalha do Riachuelo
Batalha Naval do Riachuelo
A Batalha do Riachuelo ocorreu entre 1864 e 1870, foi resultado de uma série de disputas políticas envolvendo as nações que trafegavam na região do rio da Prata.
O conflito foi considerado de suma importância para a vitória da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) frente às forças paraguaias.
Os navios da força brasileira não tinham instalações apropriadas para a navegação fluvial, o que ameaçava a perda de uma embarcação devido o encalhamento. Além disso, as embarcações eram feitas todas de madeira, o que oferecia grande risco frente a qualquer artilharia terrestre.
A guerra foi longa, difícil e causou muitas mortes e sacrifícios.
A batalha colocou de um lado os paraguaios e de outro os brasileiros.
O Paraguai, sem conexão com o mar, queria muito controlar os rios da bacia do Prata, pois significava uma saída para o Oceano Atlântico, ou seja, uma via de transporte de pessoas e mercadorias.
A estratégia naval adotada pelos aliados foi o bloqueio. Os Rios Paraná e Paraguai eram as artérias de comunicação com o Paraguai. As Forças Navais do Brasil foram organizadas em três divisões – uma permaneceu no Rio da Prata e as outras duas subiram o Rio Paraná para efetivar o bloqueio.
A Batalha
A Força Naval Brasileira comandada por Barroso, estava fundeada no Rio Paraná próximo à Cidade de Corrientes, na noite de 10 para 11 de junho de 1865.
O plano paraguaio era surpreender os navios brasileiros na alvorada do dia 11 de junho, abordá-los e, após a vitória, rebocá-los para Humaitá. Para aumentar o poder de fogo, a Força Naval paraguaia, comandada pelo Capitão-de-Fragata Pedro Ignácio Mezza, rebocava seis chatas com canhões. Adicionalmente, a Ponta de Santa Catalina, próxima à foz do Riachuelo, foi artilhada pelos paraguaios. Havia, também, tropas de infantaria posicionadas para atirar sobre os navios brasileiros que escapassem.
No dia 11 de junho, aproximadamente às 9 horas, a Força Naval brasileira avistou os navios inimigos descendo o rio e se preparou para o combate. Mezza se atrasara e desistiu de iniciar a batalha com a abordagem. Às 9 horas e 25 minutos, dispararam-se os primeiros tiros de artilharia. A Força Naval paraguaia passou pela brasileira, ainda imobilizada, e foi se abrigar junto à foz do Riachuelo, onde ficou aguardando.
Após suspender, a Força Naval brasileira desceu o rio, em perseguição, e avistou os navios inimigos parados nas proximidades da foz do Riachuelo. Desconhecendo que a margem estava artilhada, Barroso deteve seu capitânia, a Fragata “Amazonas”, para cortar possível fuga dos paraguaios. Com sua manobra inesperada, alguns dos navios de sua Força retrocederam, e o “Jequitinhonha” encalhou em frente às baterias de Santa Catalina. O primeiro navio da linha, o “Belmonte”, passou por Riachuelo separado dos outros, sofrendo o fogo concentrado do inimigo e, logo após, encalhou propositadamente, para não afundar.
Corrigindo sua manobra, Barroso, com a “Amazonas”, assumiu a vanguarda e efetuou a passagem, combatendo a artilharia da margem, os navios e as chatas, sob a fuzilaria das tropas que atiravam das barrancas.
Completou-se assim, aproximadamente às 12 horas, a primeira fase da Batalha. Até então, o resultado era altamente insatisfatório para o Brasil: o “Belmonte” fora de ação, o “Jequitinhonha” encalhado para sempre e o “Parnaíba”, com avaria no leme, sendo abordado e dominado pelo inimigo, apesar da resistência heróica dos brasileiros, como o Guarda-Marinha Greenhalgh e o Marinheiro Marcílio Dias, que lutaram até a morte. Então, Barroso decidiu regressar. Desceu o rio, fez a volta com os seis navios restantes e, logo depois, estava novamente em Riachuelo.
Tirando vantagem do porte da “Amazonas”, ele usou seu navio para abalroar e inutilizar navios paraguaios e vencer a Batalha. Quatro navios inimigos fugiram perseguidos pelos brasileiros.
Antes do pôr-do-sol de 11 de junho, a vitória era brasileira. A Esquadra paraguaia fora praticamente aniquilada e não teria mais participação relevante no conflito. Estava, também, garantido o bloqueio que impediria que o Paraguai recebesse armamentos do exterior, inclusive os encouraçados que encomendara na Europa.
Foi a primeira grande vitória da Tríplice Aliança na guerra e, por isto, muito comemorada. Com a vitória em Riachuelo, com a retirada dos paraguaios da margem esquerda do Paraná e a rendição dos invasores em Uruguaiana, a opinião dos aliados era de que a guerra terminaria logo. Isso, porém, não ocorreu. O Paraguai era um país mobilizado e Humaitá ainda era uma fortaleza inexpugnável para aqueles navios de madeira que venceram a Batalha. A guerra foi longa, difícil e causou muitas mortes e sacrifícios. Foi nela, que brasileiros de todas as regiões do País foram mobilizados, conheceram-se melhor e trabalharam juntos para a defesa da Pátria. Consolidou-se, assim, a nacionalidade brasileira.
Fonte: Marinha do Brasil
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